É dia do show.
Você chega ao lugar tão falado por todos e imediatamente começa a olhar ao
redor. Há bastante gente por todos os lados e você procura por um canto
confortável para chamar de seu. A primeira escolha, feita às pressas, é boa, centrada, mas fica a
impressão de ser longe demais do palco do evento. Troca-se por um local
lateral, cômodo por ser perto do bar, mas por isso mesmo movimentado demais – e
é fácil perceber um lugar vago ali, mais à esquerda. Passa-se ao lugar
almejado, já tomado por outros apenas no ínterim de se chegar até lá. Pior,
apesar de ser próximo da ação do palco, é barulhento demais. Então você muda
novamente, para um local mais ao fundo, na lateral, com uma boa visão e ainda tranqüilo. Você tenta relaxar, mas não consegue deixar de
pensar por um instante se a experiência não seria melhor mais à frente, ou mais à direita – sem
mencionar a necessidade constante de proteger seu espaço de possíveis
invasores.
Quem sabe escolher lugar em um show não seja tão diferente de casar-se com alguém.
Quero dizer apenas que não, por pura pregüiça não tenho saído para ver qualquer apresentação ultimamente.