quinta-feira, 21 de junho de 2012

Não vá.

- Cara, não vá.

Depois da terceira vez que escutei isto de três pessoas diferentes, decidi que precisava mesmo ir.

Após meses sem notícias, soube que a última garota por quem senti alguma coisa estaria em determinado bar em uma sexta-feira à noite. Existiram garotas depois, mas nenhuma me fazia tão calorosamente estúpido como ela.

Fiquei surpreso quando a vi. Seus cabelos negros, que sempre me pareceram brilhantes, estavam sebosos. Antes, possuía um estilo para suas roupas entre o inesperado e o discreto, agora ela estava vestida em uma combinação infeliz de bege-cinza. E seria possível que tivesse engordado? Nunca havia notado a dobra na cintura sobre a calça. Chamar seu nariz de exótico, como eu fazia, pareceu-me uma negação da realidade – e como saía tão bem em fotos?!

Ela estava feliz com seus amigos. Conversamos brevemente, sem lembrar o passado. Teríamos mudado tanto em tão pouco tempo? Talvez seja mais assustador pensar que não mudamos em nada.

Após o choque da realidade, não resta nem a saudade de um amor.