segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deus dá, Deus tira

Alguns meses atrás, conheci uma das garotas mais adoráveis dos meus últimos tempos. Esbarrei nela em um bar, conversamos, foi legal, mas ela estava ocupada naquela noite, então ficou por isso mesmo. Semanas depois, nos esbarramos de novo, e desta vez ela não estava indisponível. Verde para um lado, verde para outro - e eis que surgem uma amiga minha e um amigo dela, para dar fim a qualquer tipo de quadro que estava sendo produzido.

Bem, paciência. Não achei um fracasso total e imaginei que poderia encontrá-la novamente com as informações que trocamos (nada tão direto como telefone, apenas menções a redes socias de que fujo). E então, semana passada, dia de fazer a troca de livros.

Explico: como ninguém é bobo e somos obrigados a lutar por alguns exemplares na bibliotecada faculdade, eu e meus amigos trocamos a titularidade do livro e assim todos podem manter o que querem. Isso significa, semana sim, semana não, levar uma pilha de tijolos e é exigida certa logística - todos devem estar presentes para fazer a troca, lembrar em nome de quem está o quê, etc.

Eu e meus comparsas estávamos a caminho da biblioteca e minha parceira de troca extremamente mal humorada, extra-sensível e esperando apenas o fim do ritual para poder ir embora. Foi quando, a poucos metros do nosso destino, a minha amiga, a mesma que tinha empatado o papo naquela vez, começou a gritar o nome da menina, com "Ban, é ela, É ELAA". Morri de vergonha, imaginei que minha amiga estava louca, mas, quando me virei para comprovar, era a menina mesmo - que me respondeu com um sorriso sincero (ao invés do aceno constrangido à indiscreta).

Nunca iria imaginar ela na mesma faculdade, e no mesmo horário, que eu. Seria o mesmo curso? O que ela estaria fazendo ali?

Estava me preparando para ir em sua direção quando percebo o olhar aflito da minha parceira de exemplares: "A gente tem que trocar isso agora. Eu preciso ir embora".

Pesando as duas opções, tive uma conclusão lógica: trocar imediatamente e ir falar com a bonitinha logo depois. Ela estava conversando parada com uma amiga, não iria sair dali.

Dois minutos depois, subi as escadas correndo para encontrá-la. Ela não estava mais lá. Dois minutos!

Procurei por toda a faculdade, inclusive em todas as salas do bloco onde a vi. Ela tinha desaparecido.

Deus insiste em tornar-me ateu.